Protestos em Luanda contra subida do preço do combustível e dos táxis
Publicado hoje — Luanda, Angola
Milhares de cidadãos em Luanda saíram às ruas num ato de revolta contra o recente aumento do preço do combustível — de 300 Kw para 400 Kw por litro — e da tarifa dos táxis coletivos (conhecidos como “candongueiros”), que passaram de 200 Kw para 300 Kw por viagem 1.
Organizações da sociedade civil, como a Civil Contestatória Society e a UNTRA, convocaram as manifestações com o lema “Teu silêncio mata mais do que a malária”, que tiveram início no Mercado de São Paulo com destino ao Largo da Maianga, nas imediações da Assembleia Nacional 3.

A ONG Omunga declarou apoio incondicional aos manifestantes, apelando às forças de defesa e segurança que respeitem os direitos constitucionais dos cidadãos 4.
As autoridades reagiram rapidamente, com a Polícia de Intervenção Rápida impedindo a concentração no Largo da Independência e usando gás lacrimogéneo, além de efetuar detenções de manifestantes que recusaram dispersar 6.
Contexto e impacto
O aumento do preço do combustível faz parte da política estatal de redução de subsídios que ocorre desde 2023. Em maio, o preço da gasolina subiu de 165 Kw para 300 Kw por litro, e em julho o diesel atingiu os 400 Kw 7. Isso gerou um aumento imediato nos custos de transporte e impactou famílias, comerciantes e profissionais do transporte informal.

Condutores de táxis afirmam que pagarão até 8.000 Kw por dia apenas em combustível — o que se reflete diretamente no custo do transporte público e das pequenas empresas 8.
Reações e próximos passos
- Polícia alertou que manifestações fora da rota autorizada podem gerar consequências legais 9.
- Destacamentos das províncias de Benguela, Malanje e Namibe já planeiam protestos similares para os dias 12 e 19 de julho 10.
- Governo ainda não se pronunciou oficialmente sobre retrocessos nos aumentos, apesar das pressões populares.
Analistas alertam que, sem contrapartidas sociais, o impacto no custo de vida pode aprofundar desigualdades e gerar mais protestos em breve 11.

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